vinho do porto

 

 

raios!

dei-me ao luxo
de resistir
feri como se a curasse
e se não bastasse
a fiz sorrir

raios!

pedi que não mais ligasse
e não ligou
coisaoutra

raios!

que me partam
por não ter partido
por achar coisa pouca
todo esse desamor
toda essa louca
metáforambulante

essa sina
que nada
me ensina

raios!

que caiam no mesmo lugar
descarreguem a fúria contida
(não tô nem aí)

: quebrados encantos
teimo em negar-me vida
ao cair por terra
ao ficar por aqui, ó

raios!

(re-sumindo,
faceàface,
fácil fosse,
tentei o tédio quebrar

mas quebrado foi o gelo
: sete anos de azar
para o espelho)

raios?






 
19/8/2003
Lucas de Meira
Enviado por Lucas de Meira em 07/06/2014
Código do texto: T4836505
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