Mãos

Olhou para as próprias mãos com surpresa,

Como se as visse pela primeira vez.

Examinou-as atentamente, avaliou a qualidade do barro de que eram feitas...

Imaginou o quanto já haviam feito e desfeito: construtoras e destruidoras...

Pensou e pesou sobre quantas vezes já as tinha levado ao rosto para esconder sua dor.

Quantas vezes, com elas, tocara as águas do oceano e sentira todo seu poder?

Quantas vezes haviam tocado com suavidade seus amores?

Quanto já haviam ensinado e aprendido?

Haveria medidas?