ENTRE O SONO E A POESIA
nas horas em que o sono quase alcança
o corpo fatigado pela lida
a imaginação - tão fluida e mansa
liberta-se e cresce desmedida
furtiva sai pela porta do fundo
em busca de paixão e fantasia
irrequieta explora o quintal do mundo
traz o alforje repleto de poesia
nessas desertas horas taciturnas
em que o poeta adeja entre quimeras
no ventre das profundezas noturnas
ou no sonho das mais altas esferas
a alma que do corpo anda cativa
percorre o mundo qual livre corcel
e o poeta transforma em letra viva
a essência do universo no papel
Helenice Priedols