POUSO

(Sócrates Di Lima)

Quero pousar o meu olhar,

Nos olhos que os meus pensamentos veem,

Quero meu sorriso deitar,

Ao longe, no seu sorriso também.

Quero ouvir o teu falar,

Como ouço a brisa do mar,

quero sentir o seu roçar,

Como o sereno, no meu corpo silenciar.

Quero sentir o frescor do desejo que me devaneia,

No aconchego da pele que o meu corpo tem,

Como o acarinhar do mar sobre a areia

Quando ao entardecer, abraça-la vem.

E ao cair da tarde,

No colo da noite que me abraça,

Quero o toque do abraço da saudade,

De algo novo que agora me caça.

Como a chuva que pousa sobre as flores,

Quero sentir teu corpo se deitando sobre o meu,

E no meu peito pousar tua pele em odores,

Fragrâncias de sonhos nos sonhos que, ainda, é só teu.

Se eu não te vejo,

No principiar dos dias que me sucedem,

Fecho os olhos e em lampejo,

Sinto as tuas querências que de ti transcendem.

Vem....pousa em minha alma como a noite ao alvorecer,

Na firmeza sonora dos sinos da capela de fim de tarde,

Como passarinho nos meus galhos venha adormecer,

E nos teus braços pousar, o abraço das minhas vontades.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 05/06/2014
Reeditado em 05/06/2014
Código do texto: T4833406
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