Obliterada

Eu fiquei assim triste

Mas não ligue não

Tristeza vem e vai

E equilibra o coração

Eu fiquei assim sem brilho

Mas não tem importância

Brilho é coisa que se acha

Só não se acha mais os dias da infância

Eu fiquei assim friinha

Mas não preste atenção

Depois do inverno a primavera

E o inverno virão

Eu fiquei assim sem poesia

Mas não é coisa de alarmar

A poesia vai e volta

Quando de novo amar

Eu fiquei assim pálida

Mas isto também é bobagem

Logo o vento forte se transforma

Em doce brisa, aragem

Eu fiquei assim sem brilho no olhar

Sem sorriso encantador

Sem riqueza pra rimar

Eu fiquei assim obliterada

Como a lua que se não vê

De nuvens encoberta

No silêncio da madrugada