SÓ UM TEMPO...
Tenho pressa...
Mas como sair dessa
se o tempo é curto e há tantos versos
ainda inconfessos
na minha alma?
Ah! Como abrir essa palma
se já é quase inverno
e sob as lãs eu já me hiberno
sem colher o mel das flores
e sem versar todos os amores?
Ah! Meu Deus, clemência...
Não me leves na fluorescência
dessas manhãs ainda orvalhadas;
dessas noites enluaradas;
pois muito em mim ainda grita,
embora às vezes eu ainda hesita
nas palavras e nas rimas...
Só um tempo, peço, pra q’eu redima...
Pra q’eu louve ou arrependa;
ou carregue a minha tenda
no exaspero das poesias,
na fascinação das alquimias
das misteriosas palavras...
E então q’eu repouse quieta
nos véus d’alma... Aberta...
Só um tempo...
Obs: Dedico esse poema ao meu amigo Wellington Aguiar ( radialista, jornalista e escritor em minha cidade) que teve sua travessia ontem. Imensamente sentida fiquei pensando em nossa última conversa quando veio em meu trabalho adquirir meu livro recém publicado. Em nossa conversa sobre a falta de valorização da cultura disse-me que o importante é aquilo de bom que deixamos, que algo nosso ficou. Disse que pretendia também publicar um livro logo. De seus contos caipiras. Deu tempo pelo que fiquei sabendo. Só ainda não tive o prazer de ter o livro em mãos. Foi então que fiquei pensando que Deus lhe deu esse tempo. E foi pensando nesse tempo que também peço a Deus pra versar todas as minhas inspirações que escrevi esse poema. Porque, apesar de tudo, o tempo de Deus é que importa.
( Imagem: facebook)
Tenho pressa...
Mas como sair dessa
se o tempo é curto e há tantos versos
ainda inconfessos
na minha alma?
Ah! Como abrir essa palma
se já é quase inverno
e sob as lãs eu já me hiberno
sem colher o mel das flores
e sem versar todos os amores?
Ah! Meu Deus, clemência...
Não me leves na fluorescência
dessas manhãs ainda orvalhadas;
dessas noites enluaradas;
pois muito em mim ainda grita,
embora às vezes eu ainda hesita
nas palavras e nas rimas...
Só um tempo, peço, pra q’eu redima...
Pra q’eu louve ou arrependa;
ou carregue a minha tenda
no exaspero das poesias,
na fascinação das alquimias
das misteriosas palavras...
E então q’eu repouse quieta
nos véus d’alma... Aberta...
Só um tempo...
Obs: Dedico esse poema ao meu amigo Wellington Aguiar ( radialista, jornalista e escritor em minha cidade) que teve sua travessia ontem. Imensamente sentida fiquei pensando em nossa última conversa quando veio em meu trabalho adquirir meu livro recém publicado. Em nossa conversa sobre a falta de valorização da cultura disse-me que o importante é aquilo de bom que deixamos, que algo nosso ficou. Disse que pretendia também publicar um livro logo. De seus contos caipiras. Deu tempo pelo que fiquei sabendo. Só ainda não tive o prazer de ter o livro em mãos. Foi então que fiquei pensando que Deus lhe deu esse tempo. E foi pensando nesse tempo que também peço a Deus pra versar todas as minhas inspirações que escrevi esse poema. Porque, apesar de tudo, o tempo de Deus é que importa.
( Imagem: facebook)