NA ESTEIRA DA PSICOSE

Reza aos deuses

Reza aos mártires

Reza então aos filhos

Que virão

Reza mesmo sem vela

Reza p’ro inferno

Erga mãos vingadas

De um coração

Quebrado

Pedaços juntados

Mesclados

Na poeira da imensidão

Não te darão

Mais vontades

O câncer é certo

Você está coberto

Irá usar esta roupa

Até que o fim julgue

Esta estrada louca

Sem avisos

Sem riscos

Ao menos ainda há

Uma pista

A siga

Há um desvio logo

A frente

Descida

Um vale sombrio

Crescem barbas de pau

parecem

Velhos marinheiros

Apontando destinos

N’outra a um rio frondoso

Capela abandonada

Sem sino

Cor pintada de um hino

Deixada nos tapumes

Fechada pelas correntes

Onde o cadeado

É um senha

Em qualquer lugar que vá

Reze amigo

Reze por lá.