Névoa
Há sempre uma névoa ardilosa.
Espreita minha vida, sorrateira.
Buscando na alma uma forma.
Um espaço vazio. Uma maneira.
De minha mente tomar por inteiro,
Da fraqueza fazendo sua endorfina.
Vai crescendo e tomando trejeitos
De um homicida. Atua em surdina.
E meu corpo aflito se encolhe,
E em buraco da cama recolhe,
Os pedaços de uma felicidade
Que já não se encontra ou junta.
E dos restos só resta a permuta,
Do sofrimento pela insanidade.
IGOR LEITE