Névoa

Há sempre uma névoa ardilosa.

Espreita minha vida, sorrateira.

Buscando na alma uma forma.

Um espaço vazio. Uma maneira.

De minha mente tomar por inteiro,

Da fraqueza fazendo sua endorfina.

Vai crescendo e tomando trejeitos

De um homicida. Atua em surdina.

E meu corpo aflito se encolhe,

E em buraco da cama recolhe,

Os pedaços de uma felicidade

Que já não se encontra ou junta.

E dos restos só resta a permuta,

Do sofrimento pela insanidade.

IGOR LEITE

Igor Tenório Leite
Enviado por Igor Tenório Leite em 03/06/2014
Código do texto: T4831427
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