CANTADOR
Cantador,
pega tua viola,
segue sertão adentro a dedilhar.
Arranca do peito a mágoa, e,
transforme em canção.
Busque os ais dos amores
encontrados e dos sofridos,
a sede e o cansaço e coloque
no dó-ré-mi da viola.
Cantador,
canta a vida,
canta a morte
nos dedos calejados do batente.
Canta o peão, a vaquejada,
o sertão que já secou.
Cantador,
pega tua viola,
cante à chuva,
cante ao sol.
Mas, não se esqueça de cantar à Deus,
para que um dia no vasto sertão,
brote uma rosa no chão!