NA NERVURA DA MALÍCIA

Abra o zíper

Bem devagar

É Bem devagar

Que seu corpo

Tão lindo

Pouco a pouco

Vai descobrindo

Porque meus olhos

Ficam desse jeito

Querendo seu peito

Erupto

Como vulcão

Deixa jorrar

Toda vida lá dentro

Preciso alimentar

Esses bebês-sentidos

Que choram toda falta

Que mata

sem a vontade

Que você faz nascer

Então deixe correr

O zíper da blusa

Me acusa

Se tirar

Outro zíper

Lhe deixo confusa

Alucina então me usa

Derruba-me pelo chão

Vai sentir

o coração dançando

Por todo lugar

Pulsando

Aumentando

Irromper a barreira

Ficaremos

Depois deste longo tempo

Na banheira

Onde a espuma

Lembra

Toda essência sugada

De mim

Me deixando sendo

O “macho dos cachos

De videira

Como pontos finais

Deglutidos

Por sua boca divina