Viagem
Descortino as razões da espera
e tempero o enredo da busca,
renuncio o acaso da vida
e me encontro em outra renúncia.
Na viagem que o tempo se abre
sou das marcas, o marco primeiro,
derradeiro na fúria do vento
mas lamento para ser o inteiro.
Sou a mancha cravada na túnica
presa fácil de quem me desdenha,
e por ordem do meu consciente
vou teimar retirando outra senha.
E assim descansando
no alpendre de minha casa nova,
deixo que a vida brinque descuidada.