Dos mil véus
Dos mil véus
No papel eu solto
os véus dos pensamentos
sou um cavalo árabe
Em desertos místicos
O feitiço das vidas
Que trago comigo
Desvendados
Soltos ao vento
Os medos cobrem-se de areia
A imaginação agarra-se
As minhas crinas
Tenho em minhas pernas
A força de uma correnteza
Sou fera sem domínio
A cítara acelera o pulso
Desperta o ventre
Quem me dirá a direção?
Meu coração é um duna
Arrisca-se quem pisa
Meu olhar é cilada
Serpente acostumada a solidão
Sem desejo de paraíso.
Cristhina Rangel.