As órbitas do meu olhar
Este olhar que tenho hoje
Não esconde a minha essência feminina
Nem a força das minhas fibras
E minhas manhas, minhas rimas
O meu corpo moreno não morre
ao teu descaso, ainda sou
Água que corre para o mar
Nenhuma trapaça, me encarcera
Eu fico a observar
o teu penar, e suas tristezas
Sei que não pode me alcançar
Sou uma estrela ardente
Que queima na vida
Os sentimentos mais profundos
Não sigo outros astros
Tenho minha órbita delicada
Mas cortante, abrasante
E quando se apaga a luz
que era tua
Eu queimo em outros céus
E você não vê
Neste seu observatório oco
Que chama de certezas
As minhas chamas só lampejam
Cristhina Rangel.