EM VERSO- FETO
Sempre soo em verso -feto...
Algo gerado no afã dum afeto.
Nunca sou só verso oponente
Que verseja o inconsequente.
Tampouco eu verso mensagem!
E já não versejo saudade.
Apenas sou verso verdade.
E se...
Ainda que ( -fosse por decreto!)
Nos versos esboçados em fetos...
Abortassem meu fluxo escarlate!
Com legítima propriedade:
Eu seria triste realidade.
Não há no meu verso rancor
Apenas um peito em ardor...
Que gera novo feto de dor.
Aos que frente a tanta amargura
Remeto nome e sobrenome
Endereço às desventuras...
Dos que versejam minhas fomes.
Meu verso não é mero viés...
Jamais eu versejo "ao invés"!
Meu verso é poema concreto
Que nega todo mundo abjeto.
Decerto que meu verso é "também"!
Eu busco todas rimas do além...
Porque eu versejo a inclusão
Meu verso nunca é só oposição.
Meu verso é só maestria
Da dura e concreta poesia.
Ainda que por decreto!
Negassem a aquarela aos meus versos!
Com as letras eu os esboçaria...
Em fetos ... de sangrante agonia.
E dentre vãs nuanças escarlates...
Na aquarela das cores que eu sinto!
Eu repinto um verde dourado...
Na tela que hoje sangra absinto.
Meu poema não é sem sentido:
É meu verso qual feto... oprimido.
Que pulsa num verso escarlate
O dom da paixão pela arte.