O AVESSO DA SOLITUDE
Quer de novo
A vontade dos outros
Me veja
No pouco a pouco
Saindo do seu verão
Ver-me olhar
O teto a vagar
Alucinado
Beijando a imensidão
Quarto agora vago
Por eu sozinho
De novo embalo
aceno
Com a cabeça
Em frente a janela acesa
De um sol que brilha
Me ofusca de beleza
Apartamento visceral
Pareço engolido
Num corpo infernal
Que me toma
Que me prende
Suspende
Na vontade dos outros
Desapareço
Ponto escuro
Na abertura clara
Andares acima
Na área
Fico a olhar a chuva
Que cai
Parece absurdo
Mas me via
Chorando também
Lá embaixo.