POEIRAS DO TEMPO

Rajadas de ventos, rasgam o longínquo

Invadem o cogito da mente

Sinto-me indiferente

O vento não me é obséquio

Murmuro no meu próprio silêncio

Pensando alto " quente e frio " contraste

Confuso e embriagado pelo desespero

Garganta e narinas entupidas pelo mal cheiro

Mil retractos, dessa sociedade dilacerada

Mil faces repartidas (...)

Vozes poeirentas na mística arrogância do tempo

Somos frutos dos nossos próprios actos

Sonhos não perduram nesse vasto campo

Vivemos com um sistema fantasma e prantos

O real não traz encantos

A esperança sente-se mutilada, isso é um facto

O ciclo tornou-se vicioso

Todos quem dar nas vistas, todos querem sem vistoso

Será que não nos resta amor !?

Eis a pergunta que só o silêncio sabe responder (...)

Ou tudo transformou-se em ódio !?

Pois vejo muitos rostos consumidos pelo medo

Muitos se escondendo dos seus segredos

Tantas mascaras porque, se o carnaval já terminou !?

Vivemos diariamente este retracto falado

Onde quem pode nada faz e quem faz nada pode (...)

Daí a poeira dos tempos, a hora desacertada

partiu-se a ampulheta, a sorte tornou-se madrasta

Nos afundamos nas poeiras que o tempo traz (...)

(MERLIN MAGIKO)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 31/05/2014
Código do texto: T4827072
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