POEIRAS DO TEMPO
Rajadas de ventos, rasgam o longínquo
Invadem o cogito da mente
Sinto-me indiferente
O vento não me é obséquio
Murmuro no meu próprio silêncio
Pensando alto " quente e frio " contraste
Confuso e embriagado pelo desespero
Garganta e narinas entupidas pelo mal cheiro
Mil retractos, dessa sociedade dilacerada
Mil faces repartidas (...)
Vozes poeirentas na mística arrogância do tempo
Somos frutos dos nossos próprios actos
Sonhos não perduram nesse vasto campo
Vivemos com um sistema fantasma e prantos
O real não traz encantos
A esperança sente-se mutilada, isso é um facto
O ciclo tornou-se vicioso
Todos quem dar nas vistas, todos querem sem vistoso
Será que não nos resta amor !?
Eis a pergunta que só o silêncio sabe responder (...)
Ou tudo transformou-se em ódio !?
Pois vejo muitos rostos consumidos pelo medo
Muitos se escondendo dos seus segredos
Tantas mascaras porque, se o carnaval já terminou !?
Vivemos diariamente este retracto falado
Onde quem pode nada faz e quem faz nada pode (...)
Daí a poeira dos tempos, a hora desacertada
partiu-se a ampulheta, a sorte tornou-se madrasta
Nos afundamos nas poeiras que o tempo traz (...)
(MERLIN MAGIKO)