MORRER DE INVEJA

Essa luz que some e se embaça,

é o fim qualquer de mais um dia...

Tela fina, que só de ser olhada se esgaça,

e que, se fosse tocada, se desfaria…

Inveja, sim, desse tempo diminuindo,

sempre encurtando-se,

reduzindo-se, afastando-se, indo,

como se longe não fosse bastante ,

e desse horizonte restante,

de Poeta, sempre pretendido além do que está,

parecendo já ali, quando é muito mais lá,

cheio de paradoxos, realidades,

impossibilidades,

e perigosos bichos – temores ,

incontornáveis razões

- e finalmente aquelas dores

que, como se sabe bem,

um Poeta sempre tem .

Traz consigo aquela doçura especial,

talvez carícia meio secreta.

com a qual desafia a vida , dia após dia,

tem com ele o que dele faz Poeta

e a saudade, a tal,

que torna tudo o resto em Poesia.

Henrique Mendes
Enviado por Henrique Mendes em 31/05/2014
Reeditado em 31/05/2014
Código do texto: T4826771
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