# MANTO VERDE

Ali, bem ali nas montanhas de Minas,

que mostram folhas esbranquiçadas,

folhas das imbaúbas, casa de pássaros,

contraste da imensidão esverdeada.

Corta os ares, o pio do gavião pinhé.

desce a bruma pelo morro. O frio vem.

Recolhe as asas o jaó na colina seca.

Na lagoa além da tartaruga, ninguém.

Ainda floreiam fascinantes as quaresmeiras,

falhando pelas matas ou pelo campo aberto.

Se buscas a florzinha do campo tão perdida

esta nalgum canto escondida, e o mais certo.

A garça branca silenciosa persegue o bagre,

esse é esperto, some pelas funduras do rio.

De novo um tatu vagueia pelo bosque verde,

molenga perambulando feito um quati vadio.

O manto das gramíneas é terreiro da joaninha,

quem disso sabe e rodeia é o sabiá laranjeira,

a espreita, pronto para uma iguaria conhecida,

sondava seus movimentos, lá no galho da roseira.

O crepúsculo brilhante dava sinais do fim do dia.

como era belo o pássaro preto a cantar na aroeira.

A cor da noite vinha pra esconder o manto verde,

e toda a passarada poe fim ao alvoroço e a zoeira.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 30/05/2014
Reeditado em 27/05/2021
Código do texto: T4825946
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