# MANTO VERDE
Ali, bem ali nas montanhas de Minas,
que mostram folhas esbranquiçadas,
folhas das imbaúbas, casa de pássaros,
contraste da imensidão esverdeada.
Corta os ares, o pio do gavião pinhé.
desce a bruma pelo morro. O frio vem.
Recolhe as asas o jaó na colina seca.
Na lagoa além da tartaruga, ninguém.
Ainda floreiam fascinantes as quaresmeiras,
falhando pelas matas ou pelo campo aberto.
Se buscas a florzinha do campo tão perdida
esta nalgum canto escondida, e o mais certo.
A garça branca silenciosa persegue o bagre,
esse é esperto, some pelas funduras do rio.
De novo um tatu vagueia pelo bosque verde,
molenga perambulando feito um quati vadio.
O manto das gramíneas é terreiro da joaninha,
quem disso sabe e rodeia é o sabiá laranjeira,
a espreita, pronto para uma iguaria conhecida,
sondava seus movimentos, lá no galho da roseira.
O crepúsculo brilhante dava sinais do fim do dia.
como era belo o pássaro preto a cantar na aroeira.
A cor da noite vinha pra esconder o manto verde,
e toda a passarada poe fim ao alvoroço e a zoeira.