sem querer sentir
deus sabe que meus dedos enegrecidos
são chamuscados de estrelas
de tanto abrir caminhos aos
sonhos, esses pássaros aventureiros
deus sabe que ando matando o
chão e amputando os pés
pra voar em céu de fundo falso
que não deixa seguir muito alto
entre a lucidez das
mentiras e a loucura das verdades,
voo rasante
e só deus sabe das lutas que travo,
para não deixar no papel
um trançado de elipses
que me levem a orbitar
em torno do
sentimento maior
e só deus sabe,
o quanto esforço-me para não
deixar-te no centro do meu planetário