ESTA CANETA TRAQUINA!
Esta caneta traquina
Que não para de escrever
Escreve por mão tão fina
Que por vezes desatina
Começa a tinta a escorrer!
É mesmo muito travessa
Esta caneta em que pego
Mesmo que não queira começa
E no papel tropeça
Dedilhando o que não nego!
Oh! Que caneta maldosa
Fervilhando com rigor
Por me saíres tão vaidosa
“Vestes” de versos e prosa
Nas cartas pró meu amor!
Se um dia por traquinice
Chegar a ser roubada
É como se eu nunca ouvisse
As frases que alguém me disse
Nessa folha esbranquiçada!
Eu bem sei que é irrequieta
Pois descreve o teu olhar
É das linhas, predilecta
E da alma do poeta
Encontra-lhe o verbo amar!
Tu pega nela também
Tira do passado o pó
Saberás ser outro alguém
Pois quem uma caneta tem
Jamais se sentirá só!
Apenas uma caneta assim
Transporta satisfação
E entre flores de jasmim
Leva poemas de cetim
Ao teu terno…coração!