Sobreviver
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Ainda restava um rio
Daqueles o único sobrevivente
Sofria com medo e calafrio
Pelos ataques freqüentes.
Seu pulmão era pura areia
Vindo da veia da nascente
Sua imagem estava tão feia
Representava um aspecto doente.
Pedia socorro aos gritos
Que alguém pudesse lhe defender
Pois da região já foi o mais bonito
Hoje, vive tentando sobreviver.
Em sua volta terra gradeada
Nenhuma sombra de arvoredo
Na suas margens arvores encalhada
Onde pássaros se beijaram em segredo.
E aquela água tão cristalina
Pronta para viventes beber
Sofre danos de mãos assassinas
Que ignora o seu sofrer.
Vi barrancos já desbotados
Água amarela sem vida
Seu leito contaminado
Seu desaguar sem saída.
Sabes que é uma ida sem volta
Belos rios que não vão ressuscitar
Algo real que causa revolta
Antes de destruir queira pensar.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com