Uma lágrima de amor
Fria noite em densas trevas mergulhada
Em que vagam tenebrosas solidões
Que traz ao forte peito intensas vibrações
Com as lembranças da pessoa mais amada
Amor no passado distante residente
Que tão quieto e silencioso mundo habita
Impetuoso vento que o mar agita
No peito acorda o gigante que jaz dormente
E nesta noite que é ainda mais escura
De um dos olhos brota viva e cristalina
Nasce com força, nasce meiga, nasce pura,
Nasce senhora, tão donzela, tão menina
Tão pressurosa de sua fonte logo parte
Como o que escape de um labirinto busca
Oh! Que partida majestosa. Oh! Que arte!
Quem te segura? Quem te prende? Quem te ofusca?
Destemida, não hesita, já se lança
Se entrega à sorte, à gravidade não resiste
Tão pequenina, tão cheia de esperança
Que espetáculo! Que cena a quem assiste!
Rompendo o ar sozinha na imensidão
Se retorcendo expressando minha dor
Faltam palavras pra dizer do teu valor
Lagrimazinha que por mim se atira ao chão.