SÍSIFO

Olhar sublima corpo cansado

E mira quente horizonte do Hades

Bola de fogo finge aurora e some

Em volutas de cinza e enxofre

A pedra rola como trovão e estremece

A montanha e o coração de Sísifo

Hora de descer escarpados e secos

Caminhos ladrilhados por pés

Habituados à eternidade

Espírito de Sísifo alça às planícies

De Corinto aos tempos de apascentar

Ovelhas em claros dias longe dos deuses

Às calmas tardes com Mérope na curva

Do golfo céu e mar em colosso azul

Ninguém foge aos castigos divinos

Outro dia será o mesmo sempre

Uma pedra e um destino duro no inferno

A pedra aguarda Sísifo na quente planície

Carne e mármore moldam-se para o esforço

Em direção à montanha cheia de noite

Lancinante urro ressoa no Hades.

luiz cezare vieira
Enviado por luiz cezare vieira em 28/05/2014
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