Rosa púrpura com espinhos dourados
não há paz que me pinte de outros tons
para adelgaçar a guerra que me prostra.
o branco também é algoz no chão que me devora.
a paz, este apelo falido em muitas mãos,
se explode nessas horas.
por isso pinto-me quadro com as cores
de alguns encantos felizes
e das mutilações que a vida me doou.
nunca será resgatado em leilões
- será menoscabado em paredes
de recepções de contos de fadas -
sendo suplantado pelos cantos das sereias.
pinto-me, mesmo assim!
mesmo que me quebrem
pra preencher um canto de chão.
cores...
nunca morrem.
cores,
sempre estarão por aí,
nas paletas do céu
num derrame de nuanças
para o todo.
até mesmo às minhas guerras,
às minhas paixões
que tingem minha parcela de amor
e outras partes que seguem para (os) descaminhos