Rosa púrpura com espinhos dourados

não há paz que me pinte de outros tons

para adelgaçar a guerra que me prostra.

o branco também é algoz no chão que me devora.

a paz, este apelo falido em muitas mãos,

se explode nessas horas.

por isso pinto-me quadro com as cores

de alguns encantos felizes

e das mutilações que a vida me doou.

nunca será resgatado em leilões

- será menoscabado em paredes

de recepções de contos de fadas -

sendo suplantado pelos cantos das sereias.

pinto-me, mesmo assim!

mesmo que me quebrem

pra preencher um canto de chão.

cores...

nunca morrem.

cores,

sempre estarão por aí,

nas paletas do céu

num derrame de nuanças

para o todo.

até mesmo às minhas guerras,

às minhas paixões

que tingem minha parcela de amor

e outras partes que seguem para (os) descaminhos

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 28/05/2014
Código do texto: T4823462
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