Água
Passam as águas
Por debaixo da ponte
Mas não lavam as mágoas
Que jorram da minha fonte
Quero ser água corrente
Nunca parar
Seguir sempre
Conseguir cada pedra do meu caminho
facilmente contornar
Sem que isso me possa magoar
Quero ser água fresca,
limpida e cristalina
Pois na turbulencia
sou quem mais a escuridão abomina
Quero poder quando entre as tuas mãos
me tentares deter
Por entre os teus dedos escorregar
para ao rio da vida retornar
E sempre em frente continuar
Deixa me ser água corrente sem o peso
dessas correntes
que me amarram a alma
ao porto da tua calma
Não quero esse sossego
Nem essa prisão de ouro
quero ser água do rio
Sem forma e sem contorno