ruas são rios

ruas são rios

onde escorre minha angústia

e minha poesia

arvores protegem a saudade

o silêncio das sombras abraça

a alma dos pássaros

ruas são o tempo

desabrochando no espaço

a própria eternidade coagulando

fluxos visíveis de espasmo

encantos e encontros

com os meus e outros passos

ruas são o meu prêmio

de acordar bem cedo e receber

na solidão ainda escura

a primeira claridade

a primeira carícia

da aurora na face

e na pele

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 28/05/2014
Código do texto: T4822854
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