Da boca a morte
Vi da paz que se esvai
Em lagrimas, salgadas
Escorrem pelo terreno
Arrido, seco e incolor
Da desgraça, semblante
Caído, boca e língua
Afiada a reclamação
Como punhal
Que tira as vísceras
Da caça, mais um
É abatido
E a culpa de quem é
A terra úmida da guerra
De sangue e saliva
Que caem do céu
Como chuva,
Caem da boca,
Grito de ódio,
Morre e se mata
Com a boca.
Se finge com os olhos
Que hora cegam
E agora choram
E os lábios
Calam.