COSTUMES
Estamos cada vez,
mais acostumados
com o desenho cego,
do sangue escorrendo
na alquimia
da bala perdida.
Com o tiro
que acerta
a testa,
tão banal
depois do assalto,
depois da festa.
Com as grades
invisíveis da selva
de concreto,
e a cegueira crente
que expande o ódio,
e encurta o afeto.
Com nossas crianças,
meninos e meninas,
sem bolas sem bonecas
jogados na violência,
ficando adultos
antes da infância.
Com as drogas
que alimentam o crime,
deixando zumbis
dançando nas ruas,
isso não é cultura
e não é filme.