Do Colibri - II

No exato instante em que te perdi

reconquistei a liberdade que não tinha

porque, preso ao seu mel, abelha-rainha

esqueci que era um livre colibri.

Por essa perda, a primavera é minha...

por, hoje, sentir flores que nunca senti...

por não ter mais seu venenoso mel, aqui

com o ferrão que, dentro dele, sempre vinha.

O seu olhar escondia um bisturi...

uma faca, na doce e verde bainha

que cortou os sonhos que a fada-madrinha

me trouxe, na primeira vez em que dormi;

acordei, porém, do pesadelo...de ti...

troquei enxame de dor pela paz-sozinha.

25-05-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 27/05/2014
Reeditado em 11/12/2015
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