Do Colibri - II
No exato instante em que te perdi
reconquistei a liberdade que não tinha
porque, preso ao seu mel, abelha-rainha
esqueci que era um livre colibri.
Por essa perda, a primavera é minha...
por, hoje, sentir flores que nunca senti...
por não ter mais seu venenoso mel, aqui
com o ferrão que, dentro dele, sempre vinha.
O seu olhar escondia um bisturi...
uma faca, na doce e verde bainha
que cortou os sonhos que a fada-madrinha
me trouxe, na primeira vez em que dormi;
acordei, porém, do pesadelo...de ti...
troquei enxame de dor pela paz-sozinha.
25-05-2014