Sobre a saudade

Eu não nego que a saudade se gaste

E que feita bandeira empoleirada no interminável

Se entregue aos dias de meia haste

O que eu nego é que da esperança ela se afaste

E que como corpo de cor mutável

Um dia se atreva a dizer que já sofreu o que baste

Essa não é saudade

Tão pouco lhe conhece os ingredientes

Pode até ter-se prestado ao toque deste dogmático estado

Mas por desconhecer o desalinho da atracão de duas metades

E o calor esperado no abraço de dois entes

Eu nego de bom grado.

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 26/05/2014
Código do texto: T4821209
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