[O passeio da solidão]
Aqui no Desterro, noite chuvosa e calma.
O ruído dos pneus no asfalto molhado me embala...
De repente, dá vontade de ir a todos os lugares
e também de não ir a lugar nenhum...
Por que eu levaria a minha solidão
para passear nesta chuva noturna?
Para doer... doer mais ainda?!
Perdido, e sem olhos para a noite!
Em momentos assim, se eu tentasse
contar a alguém quem eu [penso que] sou
e como cheguei a ter esse resumo de vida errado,
eu diria: há tempos, chutei a canela de Zeus!
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[Desterro, 23 de maio de 2014]