Dançando um tango a anos luz
A vida se acerta
Os ponteiros se encontram
E seguem um ao outro
Marcando o tempo
Criando as horas
Soprando a brisa
A vida se transforma
O que parece pouco é tudo
O que parece tudo é nada
Danço nos teus braços
O tango
As notas se espalham em Corrientes
Sussurram as paredes dos prédios
E nos contam os segredos da vida
Que se acerta
Para depois se desacertar
Mas não importa
Os pés desenham a geometria do desconhecido
Mas eu te vejo nas riscas no piso
E percebo as estrelas
Dançando em meu sorriso
Esse gosto que tem a vida
Quando desacertada se acerta
Quando acertada se desacerta
Quando nada explica
Quando coisa alguma faz sentido
Quando nem sei o que digo
Quando olho e vejo
Quando vejo e sei
Que amanhã é incógnita
Que ontem morreu
Mas hoje tenho a alegria nua
Tenho a minha mão na tua