ESPELHO da CARNE
Ir ao fundo do espelho da carne
e encontrar o meu rosto
alado
em tuas entranhas
onde Eros bêbado passeia de barco
nos braços dos Pierrot’s da Febem
Minha fome lança demônios que taram sagitárias nas garagens
o crepúsculo tremula levando cabeças degoladas na lâmina
o sangue das tardes desaba sobre corpos agonizantes de cópula
Pastores ideológicos aparecem guiando
a impotência dos sectarismos rumo ao ridículo
Será esse o destino das raças?
Ouça o ruído-apagado do cinismo despejante do riso
do arauto do apocalipse tropeçando drogado pelos becos
Homens-pavão mergulham no céu fétido
rasgando a pele sob os beijos-andróginos
do Anjo da Luxúria que arrasta
um cortejo sexo-militarizado de ninfetas
escravizadas pelos Mestres eqüinos
A paixão me devora nas escadarias dos colégios
- submarinas de orgasmo
onde divindades provam o pênis dos maconheiros
onde o Parnaso devastado
pela ira dos mendigos recolhe a bandeira
o tempo é de cuidado
quem abre o peito
sucumbe ao punhal dos lobisomens