TECLO

TECLO

A tinta da caneta secou

A ponta do lápis quebrou

A borracha apagou-se

O papel ficou em branco

Não, não parei de escrever

Só que agora não mais escrevo

Teclo

Sem tinta, sem grafite, sem borracha

Marco a tela com letras

Teclo

Acrescento ou apago

Na tela que aparece branca

E que quando erro

Não a apago, não a rabisco

Não a amarroto, simplesmente

Teclo

E sumiu do pai de todos

Aquele calo

E sumiram também

As marcas de tinta

Que eram tão difíceis de lavar

Economizo recursos

Madeira, papel, tinta, grafite, borracha

E teclo

E não imprimo

Já sei o destino

O arquivo do Recanto

E Meus Documentos

E teclo

Cada vez mais com menos

Apenas

Teclo

E ganho

O tempo para pensar

Em poesia

E teclo

Poesia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/05/2014
Reeditado em 24/05/2014
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