TECLO
TECLO
A tinta da caneta secou
A ponta do lápis quebrou
A borracha apagou-se
O papel ficou em branco
Não, não parei de escrever
Só que agora não mais escrevo
Teclo
Sem tinta, sem grafite, sem borracha
Marco a tela com letras
Teclo
Acrescento ou apago
Na tela que aparece branca
E que quando erro
Não a apago, não a rabisco
Não a amarroto, simplesmente
Teclo
E sumiu do pai de todos
Aquele calo
E sumiram também
As marcas de tinta
Que eram tão difíceis de lavar
Economizo recursos
Madeira, papel, tinta, grafite, borracha
E teclo
E não imprimo
Já sei o destino
O arquivo do Recanto
E Meus Documentos
E teclo
Cada vez mais com menos
Apenas
Teclo
E ganho
O tempo para pensar
Em poesia
E teclo
Poesia