RECOMEÇO
Não é sempre que me inspiro carregando uma rosinha
Mas nela eu toco fremente me ferindo com os espinhos
Preciso sentir algo sim, nem que seja permitindo
Que um portal se abra e me sugue para o inferno
E me cuspa ainda ardendo nestas chamas do eterno
Queima o corpo, queima a alma e o pedaço de papel
Onde escrevi um bilhete pedindo a Papai Noel
Que nunca, never nesta vida me tirasse a liberdade
De ser eu, a verdadeira, independente da idade
Quase sempre busco o dia, na noite eterna, sem saída
Onde exclamo e interrogo, perscruto qualquer medida
O que é certo, o errado, se há mesmo isso ou aquilo
Fecho os olhos, já é dia, começa de novo a vida.