Enlevado
Não sabia se seu olhar
me sorria,
ou me enternecia,
só sabia que você
sorria e o resto do mundo
eu deixava de olhar.
Que encanto perverso tem,
como se tão digno
não pudesse ser de ninguém,
ah, por que provocar tanto,
sem nem mesmo fazer tanto
você me enleva e me causa
um delirante mal-estar.
Você desestrutura qualquer soneto,
e não há rimas que diga o que
a minha boca aberta e cheia de saliva tentava dizer.
Somente você é capaz de causar tanto,
de atiçar desejos até o pranto.
Com dor, pernas frágeis e lábios sem cor,
deixo-lhe partir, pois sei que não serei seu,
pois você esta arte renascentista luxuriosa e acabadíssima,
encantará outros nestas linhas da vida.