Enlevado

Não sabia se seu olhar

me sorria,

ou me enternecia,

só sabia que você

sorria e o resto do mundo

eu deixava de olhar.

Que encanto perverso tem,

como se tão digno

não pudesse ser de ninguém,

ah, por que provocar tanto,

sem nem mesmo fazer tanto

você me enleva e me causa

um delirante mal-estar.

Você desestrutura qualquer soneto,

e não há rimas que diga o que

a minha boca aberta e cheia de saliva tentava dizer.

Somente você é capaz de causar tanto,

de atiçar desejos até o pranto.

Com dor, pernas frágeis e lábios sem cor,

deixo-lhe partir, pois sei que não serei seu,

pois você esta arte renascentista luxuriosa e acabadíssima,

encantará outros nestas linhas da vida.

Wédylon Rabelo
Enviado por Wédylon Rabelo em 22/05/2014
Reeditado em 21/07/2015
Código do texto: T4816394
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