O Poeta pensante
Um Caminhante parecido, mas diferente dos demais...
Numa mesma Estrada...
Um ser Caminhante...
Junto a uma Multidão caminhando juntos.
Sente uma grande solidão...
A Estrada desvanece-se
A Melancolia envolve a tudo.
Dissipa-se a Rotina nas brumas dos pensamentos.
Sentimentos profundos afloram
Algo novo nasce, renova-se o Ser Pensante.
O Poeta pousa das nuvens
Retorna do pó
Inebria-se pelo perfume de suas palavras
Ouve risos e choros nos Ventos.
Um estrondo
Poucos param para olhar
Uma folha seca desprendeu-se
Parte de uma vida ainda verde jogada ao chão
As águas cristalinas brotam das terras mais altas...
As lágrimas mais transparentes brotam dos olhares mais humildes
O Homem é um ser Vaidoso...
E o Poeta assim O é...
Quando verdadeiras a Poesia não pertence a nós.
As inspirações não pertencem a nós.
Dores de parto anunciam as contrações das emoções
Que muitas vezes geram uma nova vida, encontrada numa lata de lixo.
Existe um mistério no ser humano capaz de torna-lo indiferente
à sua própria vida e aquela que ele gera.
Contradições...
Discórdias...
Inconstância...
Imperfeições da Alma...
Aonde estará a Felicidade do Homem?
Um Ser inacabado...Impaciente consigo mesmo
Talvez fruto de suas efêmeras, passageiras superioridades
O Poeta
Carrega a sua emoção como pedras desde a Antiguidade
Do fogo das emoções deixou-se queimar pela sua razão
Pela água afogou-se em lágrimas o seu coração
Pela voz engasga-se...
Pois nem tudo que fala é a Verdade
Ela pertence aos vencedores e o Poeta nem sempre é um vencedor.
Poesia...
É um grão de areia diferente, em milhões numa praia deserta
O som de uma só onda entre tantas a se chocar contra os rochedos
O voar de uma só gaivota mais altiva entre tantas no imenso céu azul
O choro de um bebê que chega ao mundo para sorrir
O olhar que olha o chão tão profundamente que parece ver algo mais
A boca que silencia por que o coração grita...quando a alma seca.
A Poesia sem o Amor fica sem graça
Perde o encanto, a magia, a eternidade
Criam-se deuses e deusas de mármore, erguem-se estátuas, pinturas, poemas...tudo vira pó, apergaminhados ficam no tempo e no espaço que é cada vez maior para Deus e menor para a sua criação.