Aparecer do nada

Esconder de quem? Do que?

Esconder o que?

O que tem valor...

E o que tem valor?

Simples, aquilo que não causa dor

De nós, uma confusão

De dias que definem

Coisas que hoje são

E amanhã mais não

Pessoas, valores

Dores e dores, frias e quentes

Gente, sorriso cheio de dentes

Compromissos, das palavras

Dos gestos, da união

E também do disperso

Aparecer do nada,

Fazer com que as coisas

Não representem

Uma mecânica estagnada

Assim são as relações

Atrito de espíritos

Ranhuras tanto dos ditos

Quanto dos não ditos

Por telefone, na rua

Aparece do nada

A imagem sua, sem reflexo imediato

A vida no fragmento do ato

É um lugar inóspito,

Que não ousas chamar de morada

Mas insiste em ver propósito