Vamos então!
e não é que você esta aqui novamente,
me chamou pelo nome e isso em diversos estados, se faz possível antecipar tudo o que vai acontecer, de lá pra frente.
podemos sim ler o futuro na palma da mão do vento, e no meio das árvores,
se esconder.
eu quis sim, ler suas tatuagens e beijar seu pescoço,
com saudade do meu pescoço preferido, beijei o seu
sem encostar os lábios, mas com as pálpebras dos meus olhos
safados e indigestos
a postura coordena os fatos e o diálogo traz o aconchego,
já é hora de sair mas precisamos beber mais um pouco,
os cães e gata selvagem já me aceitaram,
podemos deitar ali?
o dia amanhece e os prédios lamentam suas idades avançadas,
meus amigos fotógrafos estão lendo tudo por aí e divulgando,
eu fotografo mas não imprimo, desaprendi a manipular eletrônicos,
meu dinheiro acabou.
já é hora de parar, respire, apenas respire,
conseguimos o que queríamos, agora vamos dormir por dias,
quando o inverno chegar nós iremos sem dúvida,
acordar.
de novo amanhã e outra vez o ontem,
arrepender-se do que? vamos sentar no chão e fazer um sarau!
vinho, cachaça, doces e melancolia
saudade do cheiro de roupas limpas.
o homem da gaita recolheu o chapéu,
o garçom sacudiu as toalhas,
meu lençol me chama e a insônia aguda convém,
quando se tem oportunidade, quando se tem ainda um pouco mais de oportunidade.
vamos então!