FUTURO POETA
FUTURO POETA
Não sei sobre O QUE escrevo.
Talvez fale das matas e dos rios.
Também não sei se devo
Falar do verde e ar puro.
Será que todo mundo viu?
Não sei POR QUE escrevo.
Talvez para desabafar,
Talvez um pouco de medo
Que tudo irá acabar.
Não sei ONDE escrevo.
Será em casa, na rua,
No quintal, no arvoredo.
Minha cabeça não é a mesma.
Será melhor a tua?
Não sei QUANDO escrevo.
Ao clarear ou entardecer.
Será tarde ou será cedo?
Será antes do padecer?
Não sei COMO escrevo.
Será em verso ou em prosa?
Não quero parecer um peso,
Nem quero ficar famosa.
Não sei QUANTO escrevo.
Verso muito ou verso pouco.
Demais não sei se devo,
Serei considerado um louco.
Tentarei de várias maneiras
Escrever, pois estarás lendo.
Cuidarei não sairá besteira,
Pois gentil estarás sendo.
Simone Possas Fontana
(escritora gaúcha de Rio Grande-RS, membro correspondente da
Academia Riograndina de Letras, autora dos romances
MOSAICO e A MULHER QUE RI)
Nota da Autora:
- Poesia escrita em julho/1980, aos 18 anos de idade
- Publicada no suplemento O Peixeiro do Jornal Agora, de Rio Grande-RS em março/1981
- Publicada no blog: simonepossasfontana.wordpress.com.br