TENHO UMA CANETA DA PONTA FINA
Tenho uma caneta da ponta fina
E é com ela que gosto de escrever.
Não sei como veio parar em minha escrivaninha,
Sei, entretanto, que abandono o teclado por ela.
Os versos que nascem de sua pena
São suaves e soltos, livres voos em queda livre,
Como fossem os últimos pássaros da existência.
Corre ela lânguida, ao mesmo tempo que objetiva,
Testa a maciez do papel, ora seda,
Ora veludo de alguma saudosa virgindade.
Eu a tenho sobre a mesa, birô de outras plagas
E viajamos, ela e eu em doces palavras,
Percorremos o mundo infinitamente
Nos desenhos arredondados da escrita.
Somos assim, eternas companheiras
De encontros na madrugada ou sob sol a pino,
Interessa é que escrevemos, falamos, sonhamos
Em fina estampa e desenhos surreais
Descobrindo sons de antigas guitarras,
Agudos sons em notas musicais.
Melodias transformadas em poemas,
Íntima escala obedecida do que me vem ao pensamento
Na agulha de minha caneta, o intento obediente aos meus temas.
Dalva Molina Mansano
17.05.2014
11:48