Na estrada

Onde foi que nos perdemos afinal?

Há tempos longínquos ou inacreditavelmente recentes?

Foi quando eu deixei de te querer ou quando você percebeu isso?

Ou ainda, quando eu percebi que não era bem isso,

Ao menos não dessa maneira?

Foi mais próximo do caminho do mal ou do bem?

Numa encruzilhada!

Foi por excesso de erros ou pela carência de acertos?

Ou pelo NADA?

Foi nas revelações banhadas às tristes luzes noturnas

ou no despertar do amanhacer que julgávamos ser incapaz de nos alcançar?

Foi quando eu pedi pra desistir de mim?

Ou quando decidiu lutar a última batalha?

E que batalha!

Foi aquela trilha que nos perdeu ou nos perdemos, uma ao outro, naquela trilha?

Maldita ou bendita seja?

Me modificou, absolutamente, mesmo perdida, sei ao menos quem não sou.

É mais confortável assim? Ou mais trabalhoso fingir que é?

Nossas almas dançam separadas agora, as mesmas canções que nos unia.

E me toma o sufoco de não saber porque, quando ouço o primeiro acorde da nossa intimidade.

Eterno será, o elo forjado no amor, e que nele fora rompido.

Não há de ser, por nenhum de nós, esquecido. Jamais!

Estou num mundo desconhecido desde que o fim se aproximou sedento.

Não reconheço muitas das faces que me cercam

Nem as quero por perto, pra ser sincera

Não entendo os sons vazios que ouço de muitas das bocas às quais tenho dado ouvido

Não reconheço os ideias, bem.. que ideais!? Não, não existem mais!

Os cheiros não têm mais o toque docê e perene,

estão cada vez mais fortes e passageiros. Dores de cabeça constantes.

E novamente me acolhe aquele tipo de noite da qual ja muito ouviste falar.

A "inversão da ordem natuaral das coisas" reclama seu lugar na loucura lúcida

Me invade o medo por não sentir mais os sentimentos paerando na poeira urbana

Que transformávamos facilmente em ar puro em nossos pulmões encantados pela alegria de caminharmos juntos.

Onde é que foi que nos cansamos dos passeios?

Será no acúmulo de uma estrada inteira sem chegada, sem paradas, sem saída?

Mal, me lembro eu, do lugar de partida.

E infelizmente não há como atribuir a má orientação.

Nesse caminho longo, de muitos desvios, retornos, contornos

Estou cansada amor, eu te amo, mas ta me matando esse calor

O barulho velho desse motor

Quero descer!!

&*

16/01/2014

Elis Maria
Enviado por Elis Maria em 16/05/2014
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