Mulher de esquina
A Poesia metida a besta,
Classuda, cheia de acepção,
Olha-me de óculos escuros
Pra ver quando ponho a mão
Na braguilha manifesta
A seus olhares impuros.
Só vê no verso o esboço
Da estrofe, a rima reta,
Gargalo em nó no pescoço
E a vibração do poeta.
Besta que a lua insinua
Mora onde a rua termina
Mulher de esquina.