Mulher de esquina

A Poesia metida a besta,

Classuda, cheia de acepção,

Olha-me de óculos escuros

Pra ver quando ponho a mão

Na braguilha manifesta

A seus olhares impuros.

Só vê no verso o esboço

Da estrofe, a rima reta,

Gargalo em nó no pescoço

E a vibração do poeta.

Besta que a lua insinua

Mora onde a rua termina

Mulher de esquina.

Kaiomonteverde
Enviado por Kaiomonteverde em 16/05/2014
Reeditado em 19/05/2014
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