VELHO SERTÃO MEU

Quando eu olho o ingazeiro,

Sinto falta

Da morena que tanto amei...

Formosa era ela, bela como

A flor de jenipapo.

Mas, quando de súbito,

Olho pro sol...

Sinto saudades daquele tempo

Em que rama verde era como

Amor no coração de menina

Quase moça.

É!... Agora...

Hoje me vejo na caatinga

Do nada, soluçando porque

Vivo engasgando-me com

Um punhado de poeira que é

A farinha do meu sustento apenas.

O que sobrou?...

Restou-me somente o amor

Que tenho por este velho

E tão maltratado sertão.

Meu sertão!...

Ah!... Paixão,

Velho no tempo, mas sempre

Jovem no meu coração...

Nada menos do que:

Minha razão...

... delirei...

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 16/05/2014
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