NAÚFRAGO

Eu provo a ti

Os sonhos que tive

As agonias do só

A violência da falta

O ar pueril sem saída

A mentira festiva

Dos contrários

Envolto a tantos

Outros quanto

Existem entre

Esses outros vários

A charla camuflada

Uma conversa mal paga

Devendo pois

Que depõe

Contra o que

Se pode ser

Não deixa ser e mata

As épocas de Epicuro

Os muros contra verdade

Ainda nascem sorrindo

Ventos trazem

Ares de aroma falído

Eu provo a ti

Os sonhos que tive

Até então

Eu havia morrido

Brotos que nascem

Em morros

Parecem mãos

Que pedem socorro

Avisto a vida

Não alcanço ainda.