ALMA LAVADA

Quero lavar a alma

Para que fique alva

igual o sol

ao cantar do passarinho.

Quero a alma lavada

Branquinha e pura,

Sem nódoa, sem marcas

esfregá-la em águas claras

Assim, como faziam as lavadeiras

da minha terra a cada peça alvejada,

batida, deixada de molho,

Quarada ao sol

Para que o branco brilhe.

Quero a alma lavada

em água corrente,

límpida e transparente,

clara como a verdade,

branca de dar gosto

estendê-la na janela.

Cobrir os parapeitos das sacadas,

honrando os santos que passam.

Quero a alma lavada

leve, esvoaçante

não para satisfazer vil orgulho,

mas para merecer o canto do bem-te-vi.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 16/05/2014
Reeditado em 16/05/2014
Código do texto: T4808110
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