DESFAZ-SE, NUVEM, NO CÉU CINZENTO...

Desfaz-se, nuvem, no céu cinzento,

diante da chuva que não tarda a cair!

Deixo-me abater pelo vão lamento

do sol, que, tão belo, deixa de luzir

por algumas horas, a tua clara luz

fulgurosa; esmaecendo a alegria

do dia, cuja tristeza, já me conduz

ao refúgio de minha tosca moradia;

onde os versos que antes compus,

já estão sendo lidos por amigos leais;

a me trazerem a paz que me induz

ao conforto dos gestos sentimentais.

A luz do sol, por enquanto, diminuta,

não impede, assim, a pouca alegria

do dia, que vê a chuva, tão resoluta,

caindo abundante sobre a terra já fria.

Lava o quanto antes, tão nobre chuva,

os males indesejados em minha alma;

clareia o meu eu, repleto de luz turva,

para que me livre da vida tão incalma.

E a chuva molha a terra tão necessitada

das águas naturais cheias de higienização

fluídica; e a minha alma, agora saneada

das agruras cármicas, repleta de emoção

feliz, ouve o canoro canto da passarada,

saudando o sol em um novo dia de verão!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 15/05/2014
Reeditado em 13/12/2014
Código do texto: T4807877
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