DESFAZ-SE, NUVEM, NO CÉU CINZENTO...
Desfaz-se, nuvem, no céu cinzento,
diante da chuva que não tarda a cair!
Deixo-me abater pelo vão lamento
do sol, que, tão belo, deixa de luzir
por algumas horas, a tua clara luz
fulgurosa; esmaecendo a alegria
do dia, cuja tristeza, já me conduz
ao refúgio de minha tosca moradia;
onde os versos que antes compus,
já estão sendo lidos por amigos leais;
a me trazerem a paz que me induz
ao conforto dos gestos sentimentais.
A luz do sol, por enquanto, diminuta,
não impede, assim, a pouca alegria
do dia, que vê a chuva, tão resoluta,
caindo abundante sobre a terra já fria.
Lava o quanto antes, tão nobre chuva,
os males indesejados em minha alma;
clareia o meu eu, repleto de luz turva,
para que me livre da vida tão incalma.
E a chuva molha a terra tão necessitada
das águas naturais cheias de higienização
fluídica; e a minha alma, agora saneada
das agruras cármicas, repleta de emoção
feliz, ouve o canoro canto da passarada,
saudando o sol em um novo dia de verão!