Comensalismo Universal
Luciana Carrero
Ninguém dormia na página do nada
Num sono escuridão e nem sonhava
Que sonhar é de quem é e ele não era
Por assim o mistério nunca se acordava
Uma bola negra sempre o espreitava
Rolava sobre Ninguém e era tão pesada
Que o instinto de Ninguém chutou a fera
Mas Ninguém caiu na boca que rosnava
Ninguém continuava a ser o seu jamais
No seu nada muito era um assombrado
Reagiu num grito demais desesperado
Que acordou do nada alguns comensais
Bem já comeram a bola estes animais
E Ninguém dormia junto devorado