No Caminho de Estela

Luciana Carrero

Porque disse atordoado para Estela

Amar as cinco pontas dela cintiladas

Que haviam na visão que via dela

Mas sou poeira cósmica e mais sou

Bestial enlevo às tuas madrugadas

Meu nome é nada é não é nunca

Não ser não ter desesperar desver

Sou a não forma que tu vês adunca

Aquela que sem viver já se findou

e sem nascer se afundou nos nadas

A má sorte o azar agouro e morte

dança que forma linhas projetadas

Não do leste nem porém do norte

Porque cales nem meu eu falou

Que sem ser nada não terei moradas

Mas você enrolou na minha barba

E no espelho eu vi luzes tão douradas

Por que me fala desta forma amarga

Mostrando contra tudo que inspirou

Não vê que a dor em mim se alarga

Recolhe Porque sozinho tua mágoa

Deixa-me morta remorrendo aqui

Não sou terra e fogo não sou ar ou água

E às tuas fráguas nada enfim me estou

Em mim tu buscas tua morte amarga

E nem na morte me terás Porque

Já que tu és uma lá só vã pergunta

Para uma Estela que você elegeu

A nossa morte é nada que não junta

E a nossa sorte é morte que morreu