AB AETERNO.
todos os meus mortos de volta à sala
impacientes queimam cigarrilhas,
fingem que não se conhecem e, ainda,
assumem o aspecto de pequenas ilhas,
á deriva, na tempestade que não finda.
todos os meus mortos casa adentro
descrentes, tateiam as paredes,
como se tudo não passasse de ficção,
vejo que sofrem de desejos e sedes,
mas estes já não lhes saem do coração.
e jamais sairão,
temerosos de perder a guia.
tenho para cada um a devida sombra
e a devida alegria.